SENSO COMUM E SENSO CRÍTICO


IGNORÂNCIA, INCERTEZA,  INSEGURANÇA  SENSO   COMUM E SENSO CRÍTICO    

Ignorar é não saber alguma coisa. A ignorância pode ser tão profunda que sequer a percebemos ou a sentimos, isto é, não sabemos que não sabemos, não sabemos que ignoramos.
Em geral, o estado de ignorância se mantém em nós enquanto as crenças e opiniões que possuímos para viver e agir no mundo se conservam como eficazes e úteis, de modo que não temos nenhum motivo para duvidar delas, nenhum motivo para desconfiar delas e, consequentemente, achamos que sabemos tudo o que há para saber.
A incerteza é diferente da ignorância porque, na incerteza, descobrimos que somos ignorantes, que nossas crenças e opiniões parecem não dar conta da realidade, que há falhas naquilo em que acreditamos e que, durante muito tempo, nos serviu como referência para pensar e agir.
Na incerteza não sabemos o que pensar, o que dizer ou o que fazer em certas situações ou diante de certas coisas, pessoas, fatos, etc.
Outras vezes, estamos confiantes e seguros e, de repente,  vemos ou ouvimos alguma coisa que nos enchem de espanto e de admiração, não sabemos o que pensar ou o que fazer com a novidade porque as crenças, opiniões e ideias que possuímos não dão conta do novo. O espanto e a admiração, assim como antes a dúvida e a perplexidade, nos fazem querer sair do estado de insegurança ou de encantamento, nos fazem perceber nossa ignorância e criam o desejo de superar a incerteza. Quando isso acontece, estamos vivendo a chamada busca da verdade. O desejo da verdade aparece muito cedo nos seres humanos como desejo de confiar nas coisas e nas pessoas. A criança é muito sensível à mentira dos adultos, pois a mentira é diferente do “de mentira”, isto é,  a mentira é diferente da imaginação e a criança se sente ferida, magoada, angustiada quando o adulto lhe diz uma mentira, porque, quando isso acontece, quebra a relação de confiança e de segurança.

PAI – Fábio Júnior

Pai, pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo pra gente ser mais
            Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho, talvez
Pai, pode ser que daqui você sinta
Qualquer coisa entre esses 20 ou 30
Longos anos em busca de paz
Pai, pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura pra você renascer
Pai, eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Pra falar de amor pra você
Pai, senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco, tua voz tá tão presa
Nos ensina esse jogo da vida
Onde a vida só paga pra ver
Pai... me perdoe essa insegurança
É que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu, eu
Pai, eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Pra pedir pra você ir lá em casa
E brincar de vovô com o meu filho
No tapete da sala de estar
Pai, você foi meu herói, meu bandido
Hoje é mais, muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz / Pai, pai, paz.

 SENSO COMUM  X  CIÊNCIA

Senso comum  é um conjunto de opiniões aceitas, num grupo, em determinada época ou região que se passa de uma geração para outra sem nenhuma prova científica. Se manifesta através de provérbios populares, de crendices e de afirmações não confirmadas pela ciência.
·        Onde há  fumaça, há fogo;
·        Quem tudo quer tudo perde;
·        Dize-me com quem andas e te direi quem és;
·        A posição dos astros determina o destino das pessoas (horóscopo);
·        Mulher menstruada não deve tomar banho frio;
·        Ingerir sal quando se tem tontura é bom para a pressão;
·        Mulher assanhada quer ser estuprada;
·        Manga com leite faz mal;

Por não compreenderem o que é ciência, muitas pessoas tendem a confundi-la com magia, ideia alimentada, inclusive, em alguns filmes. Também costumam projetar nas coisas ou no mundo sentimentos de angústia e de medo diante do desconhecido. Assim, durante a Idade Média, as pessoas viam o demônio em toda parte e, hoje, enxergam discos voadores no espaço.
Muitas vezes, o senso comum acaba criando determinados preconceitos.
Ao contrário do senso comum, a atitude científica desconfia  da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade. Por isso, ali onde o senso comum vê  coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas e, em certos casos, afastadas, desmentidas. Procura mostrar que o maravilhoso, o extraordinário ou o “milagroso” é um caso particular do que é regular, normal, é uma exceção. Assim, um eclipse, um terremoto, um furacão, embora excepcionais, obedecem às leis da Física. A atitude científica procura, desta forma, apresentar explicações racionais, claras, simples e verdadeiras para os fatos, opondo-se ao espetacular, ao mágico e ao fantástico.

INDIOS – Renato Russo

            Quem me dera, ao menos uma vez,
            Ter de volta todo o ouro que entreguei
            A quem  conseguiu me convencer
            Que era prova de amizade
            Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
            Quem me dera, ao menos uma vez,
            Esquecer que acreditei que era por brincadeira
            Que se cortava sempre um pano-de-chão
            De linho nobre e pura ceda.
            Quem me dera, ao menos uma vez,
            Explicar o que ninguém consegue entender:
            Que o que aconteceu ainda está por vir
            E o futuro não é mais como era antigamente.
            Quem me dera, ao menos uma vez,
            Provar que quem tem mais do que precisa ter
            Quase sempre se convence que não tem o bastante       
E fala demais por não ter nada a dizer.
            Quem me dera, ao menos uma vez,
            Que o mais simples fosse visto como o mais importante,
            Mas nos deram espelhos
            E vimos um mundo doente.
            Quem me dera, ao menos uma vez,
            Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
            E esse mesmo Deus foi morto por vocês –
            É só maldade então, deixar um Deus tão triste.
            Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
            Entenda – assim pude trazer você de volta pra mim.
            Quando descobri que é sempre só você
            Que me entende do início ao fim
            E é só você que tem a cura para o meu vício
            De insistir nessa saudade que eu sinto
            De tudo que eu ainda não vi.
            Quem me dera, ao menos uma vez,
            Acreditar por um instante em tudo que existe
            E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.
            Quem me dera, ao menos uma vez,
            Fazer com que o mundo saiba que seu nome
            Está em tudo e mesmo assim
            Ninguém lhe diz ao menos obrigado.
            Quem me dera, ao menos uma vez,
            Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
            Não ser atacado por ser inocente.
            Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
            Entenda – assim pude trazer você de volta pra mim
            Quando descobri que é sempre só você
            Que me entende do início ao fim
            E é só você que tem a cura para o meu vício
            De insistir nessa saudade que eu sinto
            De tudo que eu ainda não vi.
            Nos deram espelhos e vimos um mundo doente –
            Tentei chorar e não consegui.



ESTE  MATERIAL  CONTÉM TRANSCRIÇÕES DE CONCEITOS DA PROFESSORA MARILENA CHAUI, DE FILOSOFIA.

Comentários

  1. Eu achei o texto , muito importante , fala sobre as diferenças , como a ignorância , que e quando achamos que o nosso conhecimento e o bastante e suficiente , mais na verdade a vida e um eterno aprendizado , e cada vez mais se renova.

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