REPORTAGEM E NOTÍCIA DE JORNAL
A reportagem é um gênero de texto jornalístico que transmite uma informação por meio da televisão, rádio, jornal, revista (impressa ou digital).
O objetivo da reportagem é levar os fatos
ao leitor ou telespectador de maneira abrangente. Isso implica em um fator
essencial a um jornalista: falar e escrever bem.
Se televisionada, a reportagem deve ser
transmitida por um repórter que possui dicção pausada e clara e linguagem
direta, precisa e sem incoerências. Além de saber utilizar a entonação que dá
vida às palavras, uma vez que representa na fala os sinais de pontuação!
Se impressa, a reportagem deve demonstrar
capacidade intelectual, criatividade, sensibilidade quanto aos fatos e uma
escrita coerente, que dinamiza a leitura e a torna fluente!
Atualmente, com o desenvolvimento dos
softwares, os repórteres têm mais recursos visuais e gráficos disponíveis, o
que chama a atenção para a notícia.
Em meio aos fatos presenciados e que deverão ser transmitidos, cada repórter
tem seu estilo próprio de conduzir ou de narrar os acontecimentos. Por isso, a
reportagem pode ser a mesma, mas a maneira como é comunicada é diferente de um
profissional para outro! Para o leitor ou telespectador é ótimo, pois ele
poderá optar, por exemplo, por um jornal falado no qual se identifique com o
tipo de linguagem!
Qual a diferença entre
notícia e reportagem? A primeira informa fatos
de maneira mais superficial e aponta as causas e os efeitos. A segunda vai mais
a fundo, faz investigações, tece comentários, levanta questões, discute,
argumenta.
A reportagem escrita é dividida em três partes: manchete, lead e corpo.
Manchete: compreende o título da reportagem que
tem como objetivo resumir o que será dito. Além disso, deve despertar o
interesse do leitor.
Lead: pequeno resumo que aparece depois do
título, a fim de chamar mais ainda a atenção do leitor.
Corpo: desenvolvimento do assunto abordado com linguagem direcionada ao
público-alvo!
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras / adaptado
REPORTAGEM
A terceirização do trabalho será liberada no Brasil?
Câmara está próxima de votar projeto de lei
que quer tirar todas as restrições à mão de obra terceirizada, que hoje
corresponde a 25% dos trabalhadores do País
por Samantha Maia
Depois de 11 anos de trâmite no Congresso,
o projeto de lei que libera a terceirização da contratação de serviços no
Brasil deve ir para votação na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira 8. O
projeto é defendido pelos empresários, que afirmam que a lei acabará com a
insegurança jurídica na contratação de terceirizados e aumentará a
competitividade das companhias. “A terceirização é uma forma moderna de
organização, o mundo inteiro terceiriza para ganhar eficiência”, diz Alexandre
Furlan, vice-presidente da Confederação Nacional das Indústrias.
Os sindicatos, no entanto, enxergam no
projeto um ataque aos direitos trabalhistas. “O que está em debate é a
destruição ou a preservação de tudo o que construímos nos últimos cem anos de
lutas no Brasil”, diz a secretária da CUT Maria das Graças Costa.
Conheça mais sobre o que está em jogo na votação do Projeto de
Lei 4330:
1) O que é projeto da
terceirização?
O Projeto de Lei 4330, de autoria do
deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), regulamenta a contratação de serviços
terceirizados no País e permite que toda e qualquer atividade possa ser
terceirizada. Um substitutivo foi apresentado pelo deputado Arthur Maia (SD-BA)
em 2013, sem alterar os principais pontos, e irá para votação na Câmara.
2) Qual é a regra para a terceirização no Brasil
hoje?
Desde 1993, a Súmula 331 do Tribunal
Superior do Trabalho rege a terceirização no Brasil e restringe essa prática
aos serviços de vigilância e limpeza e a funções não relacionadas às
atividades-fim das empresas. Quem contrata o serviço terceirizado não é
responsabilizado diretamente por infrações trabalhistas da contratada, ponto
mantido no PL 4330. O Brasil tem hoje 12 milhões de trabalhadores formais
terceirizados, o equivalente a 25% da mão de obra do País.
3) Por que os sindicatos são contra a
terceirização?
Os sindicatos relacionam a terceirização à
precarização do trabalho. Segundo levantamento da Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e do Dieese, ao comparar trabalhadores que realizavam a
mesma função em 2010, os terceirizados recebiam em média 27% a menos do que os
contratados diretos, tinham uma jornada semanal 7% maior e permaneciam menos
tempo no mesmo trabalho (em média 2,6 anos, ante 5,8 anos para os trabalhadores
diretos). Estudo da Unicamp revelou que, dos 40 maiores resgates de
trabalhadores em condições análogas à escravidão nos últimos quatro anos, 36
envolviam empresas terceirizadas.
4) Quem mais é contra?
Existe um grupo chamado Fórum Nacional em
Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização que congrega, além de
representantes sindicais, acadêmicos, juristas e entidades internacionais
ligadas à defesa dos direitos trabalhistas. Em documento enviado por 19 dos 26
do Tribunal Superior do Trabalho ao autor do PL 4033, Sandro Mabel (PMDB-GO),
em 2013, os juristas afirmam que a proposta provocará uma “gravíssima lesão” de
direitos contra os trabalhadores.
Para o ministro do TST Luiz Philippe Vieira
de Mello Filho, “franquear a terceirização é desconstruir todo o sistema
trabalhista”, parte integrante da democracia brasileira. Para o economista Luiz
Gonzaga Belluzzo, por trás do argumento da competitividade existe uma
“regressão dos direitos sociais”.
5) Por que os empresários defendem a
terceirização irrestrita?
Os empresários afirmam que a terceirização
é uma tendência mundial para ganho de competitividade e produtividade. A
regulamentação, segundo as principais entidades empresariais, é necessária para
dar segurança jurídica aos contratos e fomentar o emprego. As companhias
reclamam que hoje falta clareza na definição dos conceitos de atividades-fim e
meio, e a consequência são os cerca de 17 mil processos contra terceirizadas em
andamento na Justiça do Trabalho.
“Temos uma legislação fomentadora de
conflitos”, diz Furlan. Segundo sondagem da CNI, 75% das empresas dizem
fiscalizar o cumprimento do pagamento de encargos trabalhistas e das normas de
saúde e de segurança das terceirizadas, e 60% afirmam oferecer aos
terceirizados e aos contratados o mesmo tratamento. Os problemas apontados
pelos sindicatos, de acordo com os empresários, estão nas falhas na
fiscalização. “A terceirização benfeita evitará a precarização”, diz Romeu
Camargo, assessor jurídico da Federação do Comércio de São Paulo.
6) Quem mais é a favor?
Apesar de minoria, há juízes do TST a favor
do projeto. Os argumentos são baseados no direito à livre iniciativa na
economia e na necessidade de regulamentar um fenômeno que seria irreversível no
mercado de trabalho.
7) Desde quando o fim dos limites para a
contratação de terceirizados é discutido no Brasil?
A articulação de entidades empresariais
para derrubar as limitações à contratação de terceirizados ganhou força nos
anos 1990, com o avanço do neoliberalismo e das propostas para reduzir custos e
desregulamentar o trabalho. O Enunciado 256 do TST, vigente até 1993, proibia a
terceirização no País. Por isso, a Súmula 331 foi considerada um retrocesso
pelo movimento sindical, mas hoje ela representa a única garantia de limite à
terceirização. Em 1998, o então presidente Fernando Henrique Cardoso enviou ao
Congresso um projeto de lei para acabar com as restrições ao trabalho
terceirizado, engavetado em 2003, na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.
8) Por que
o Supremo Tribunal Federal também poderá influenciar a liberação da
terceirização no Brasil?
O STF está encarregado de apreciar o
recurso da fabricante de celulose Cenibra, de Minas Gerais, contra a decisão da
Justiça do Trabalho de condená-la a pagar 2 milhões de reais por terceirização
ilegal da atividade-fim da empresa. Como o assunto seguiu para exame da
existência de repercussão geral (indispensável ao julgamento dos recursos
extraordinários), a decisão tomada pela Corte deverá ser aplicada a todos os
casos em tramitação na Justiça. A Procuradoria-Geral da República deu parecer
contrário ao recurso da Cenibra.
9) O que
falta para o projeto que institui a terceirização geral ser aprovado?
Caso o projeto de lei seja aprovado na Câmara,
ele segue para a apreciação do Senado, onde deverá passar por aprovação nas
comissões antes de ser votado. Se houver alguma modificação no Senado, o
projeto volta para a Câmara. Se for aprovado no Senado, vai para a sanção
presidencial.
Disponível em http://www.cartacapital.com.br/economia/a-terceirizacao-do-trabalho-sera-liberada-no-brasil-3999.html.
Acesso em 15/04/15.
NOTÍCIA
Trabalhadores protestam em todo Brasil contra terceirização
São Paulo - O Brasil amanheceu
nesta quarta-feira com uma série de manifestações em várias cidades do país, em
uma jornada de protesto convocada por movimentos sociais e sindicatos contra o
projeto de lei que amplia e regulamenta a terceirização.
Em São Paulo, ocorreram bloqueios
momentâneos em grandes rodovias. Manifestantes da Central Única dos
Trabalhadores (CUT) cortaram por 30 minutos o tráfego em trecho parte da Via
Dutra, que liga as cidades do Rio de Janeiro a São Paulo, na altura de
Guarulhos.
Além da CUT, os protestos foram convocados
pela Central Trabalhadores do Brasil (CTB), Conlutas e Nova Central e
Intersindical.
A rodovia entre Campinas e São Paulo também
teve um trecho fechado, assim como a Via Anchieta, principal rodovia em direção
ao Porto de Santos.
Em Minas Gerais, houve protestos contra a
terceirização durante a madrugada em frente à entrada de fábricas no polo
industrial de Betim.
A Jornada Nacional de Paralisações também
contou com a adesão de funcionários da Universidade de São Paulo (USP) e
empregados do serviço de transporte de Salvador, que atrasaram em duas horas o
início de suas atividades.
Os metalúrgicos organizaram assembleias e
ações contra a terceirização nas fábricas da Volkswagen, Mercedez Benz e Ford,
também em São Paulo.
Um dos principais protestos durante a
jornada será realizada pelos sindicatos em frente à sede da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que apoia o projeto de
terceirização.
Lutar contra a terceirização é uma
"questão de honra", afirmou o ex-sindicalista e ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ontem à noite, ao rejeitar o projeto que foi aprovado pelo
Congresso.
A Câmara dos Deputados, com a oposição dos
partidos de esquerda e inclusive do PT, aprovou estender a possibilidade de se
contratar empregados terceirizados para todos os setores da produção, o que
mobilizou os sindicatos.
De acordo com Vagner Freitas, presidente da
CUT, a Consolidação das Leis de Trabalho, regime instaurado na década de 40,
"será jogado no lixo se a terceirização for aprovada".
Disponível em
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/trabalhadores-protestam-em-todo-brasil-contra-terceirizacao.
Acesso em 15/04/15.
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